Constatações e considerações acerca da criminalização das lutas e da pobreza.

A perseguição, prisão, processo, privação da liberdade de pessoas com base em acusações descoladas de suas práticas e posições políticas, de suas condições sociais e econômicas, de gênero e etnia é sempre o mais destacado pelas polícias, pelo judiciário e pelas mídias empresariais.

Campo e Cidade.

Campo e Cidade.

Ocorre que est@s jovens, homens e mulheres, negros, índios, precarizados, trabalhadores, desempregados, sem terra, sem teto, sem saúde, menosprezados e desrespeitados pelo estado, pela igreja e pelos capitalistas são integrantes de grupos sociais em muitos casos organizados em sindicatos, movimentos populares e sociais que resistem ou lutam por condições dignas de vida ou mesmo por suas próprias vidas.

Dedicando atenção e cruzando informações de diversos veículos da mídia ativista livre com a mídia empresarial é possível notar que os crimes tem caráter político-social-econômico. Recordemos a condenação do jovem trabalhador precarizado Rafael Braga Vieira no Rio de Janeiro e a prisão do cacique da tribo tupinambá o Babau, em Brasília.

Não sendo suficiente perseguições, prisões, processos, condenações à privação de liberdade, é indiscutível a opção do estado brasileiro pela criminalização da pobreza e o genocídio de negros e índios. Os números de assassinatos por milicianos, policias, latifundiários, traficantes país adentro, em capitais e cidades nos rincões, nos campos do Brasil são escondidos, mas, ainda assim são prova declarada de uma guerra cirúrgica de expressivo impacto fatal em pequenos camponeses, sem terras, sem teto, moradores de periferias, favelas, que são majoritariamente negros e pobres.

Os movimentos sociais, populares e sindicais de ontem e hoje são a expressão organizativa da resistência e luta. e por conta disso são mapeados, catalogados e logo após são conduzidos a um processo de legitimação política-jurídica onde leis e mesmo recursos públicos lhes são atribuídos, bem como toda a carga de punições para aqueles movimentos e sindicatos que não se submeterem.

Então a equação parece simples para uns, mas não o é! Uma ilustração: antes de perseguir movimento social, popular ou sindicato o estado persegue um manifestantes, um ativista, um militante, um sindicalizado. Em geral, este pode ser um “NINGUÉM” ou uma “CELEBRIDADE” dos movimentos. Haja vista que as lideranças, mesmo que existentes não se arrogam a desfilar seu ego ou seu poder junto a aqueles que não querem mais ser liderados pois já decidiram se conduzirem por si próprios.

Contudo, não funcionando a perseguição e punição de integrantes dos movimentos, a perseguição que tem objetivo desqualificar o movimento desmoralizando o indivíduo. O estado com seus recursos humanos, materiais e anuência promovida pelo empresariado da mídia local e as vezes internacional baseada no consenso entorno da exaltação do terror e do medo conquistam a aceitação e apoio da população nas variadas classes e grupos garantindo a opressão, a repressão, a suspensão de direitos básicos como a proibição da libvre expressão, da manifestação, da greve declarando greves ilegais,  aplicando multas absurdas sobre os sindicatos, demitindo pequenos grupos como exemplo, ou cassando o direito de organização sindical.

Constatações e considerações feitas sobre a criminalização atual por qual indivíduos e movimentos sindicais, sociais e populares estão passando no Brasil e as consequências fatais da guerra cirúrgica contra a pobreza.

Solidarizamos com o Movimento Passe Livre que sofre atualmente perseguição policial e jurídica.

Afirmamos nosso compromisso com a justiça social e a liberdade na construção de um mundo livre. Abaixo a ditadura da democracia capitalista.

Rebele-se! Descentralizar para libertar.

Links abaixo com a íntegra do debate sobre a criminalização dos movimentos sociais organizado pelo MPL-SP, em 02 de junho de 2014.

Por ADVP e Passa Palavra – http://passapalavra.info/2014/07/97328

Clique aqui: MPL-SP: Debate sobre criminalização sobre movimentos sociais.

{CONCLAMAÇÃO} Notas sobre o que não se quer ler, ouvir, enxergar: o espetáculo do autoritarismo e a vitória do terror de Estado.

Abertura da Copa do Mundo em São Paulo-Brasil e manifestações anticopa em várias capitais onde ocorreram mais uma vez ataques das forças militares contra manifestantes.

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Os números de arbitrariedades têm uma lista que cresce a cada ato, manifestações, passeatas. As desculpas e justificativas para ações violentas ou prisões aleatórias não são mais necessárias. Acusações infundadas dão o tom legal da farsa que tenta legitimar os desmandos de um Estado cruel e injusto para a maior parcela do povo brasileiro: os precarizados, desempregados, trabalhadores, índios, negros, sem teto, famintos, gays, lésbicas, moradores de periferias e comunidades, mulheres que sentem no corpo as pauladas e tiros do braço armado do estado a serviço dos capitalistas.

O patrulhamento político-ideológico e das lutas sociais e populares agora é todo o tempo, em todos os dias nas redes e nas ruas. Ativistas são detidos, presos e/ou tem seus computadores, câmeras, celulares apreendidos e vasculhados com acusações sem base legal qualquer.

Midiativistas são ameaçados, têm seus equipamentos quebrados, seus dados corrompidos e invariavelmente são presos. Defensores advogados dos direitos humanos são impedidos de realizar a defesa de manifestantes em meio a manifestações, entre estes, grupos mais ativos de defesa dos direitos humanos sofrem retaliações nas delegacias e nos tribunais.

Agindo como uma “gang” e descontrolados, os policiais armados com cassetetes, bombas de gás, pistolas elétricas, balas de borracha e autorização superior dos governantes eleitos pelo povo brasileiro atuaram mais uma vez contra os direitos humanos, dos manifestantes.

Nada os intimida, nem as câmeras dos jornalistas nacionais e internacionais queregistram os flagrantes de violência, desrespeito aos direitos constitucionais einternacionais.

Em greve várias categorias dos serviços municipal, estadual e federal no Rio de Janeiro e mais movimentos sociais e populares foram às ruas em luta por melhores condições de trabalho e de vida, contra a carestia do aluguel e dos alimentos, por saúde, educação, cultura e arte, trabalho e dignidade profissional com liberdade social.

Registramos e denunciamos a ação autoritária e terrorista do Estado do Rio de Janeiro através da Polícia Militar e Polícia Civil contra manifestantes durante os atos ocorridos ontem na cidade.

Solidarizamo-nos com o professor Pedro Guilherme Freire, em greve de sua categoria fora preso e agredido violentamente por policiais militares durante os protestos dos trabalhadores da educação no Rio de Janeiro.

Conclamamos aos movimentos sociais, populares, anarquistas para as ruas.

Conclamamos as organizações dos direitos humanos e advogados ativistas para a defesa dos companheiros perseguidos, violentados e presos no Rio de Janeiro, Brasil e mundo.

Rebele-se! Descentralizar para libertar.